Quem é Zé Pilintra
Zé Pilintra ou Zé Pelintra (como é conhecido em alguns lugares) faz parte da Linhas dos Malandros e possui uma grande importância para a representação daqueles que se encontraram durante as suas vidas marginalizados pela sociedade, pois prova através de sua ação como Guia Espiritual que o falso conceito de malandro nada mais é do que um esteriótipo criado por aqueles que não possuem a visão dos verdadeiros desafios no caminho dos humildes.
Mas, “zé pelintra é do mal?“. Essa é uma das maiores perguntas, muitos desinformados o associa com imagens malignas e criaturas que fazem o mau, quando na verdade o seu espírito se desenvolveu tanto após a desencarnação que eles voltaram a este plano como Guias para benefício dos que o procuram.
Ze Pilintra – significado
Zé Pilintra é muito adorado e respeitado como entidade espiritual de origem afro-brasileira. Ele enche o coração de todos com alegria e a boa malandragem. Admirado na Umbanda, é considerado como um espírito humilde, de bondade plena, patrono dos bares, rei da vida noturna, boêmio e apaixonado por jogos e disputas.
Ele é a lição para os menos informados de que nem todos os desafortunados no sistema de um país, representam alguma ameaça para a sociedade, e que devemos respeitar e dar valor aos que mesmo perante tanta dificuldade, ainda pagam com um belo sorriso os mais julgadores olhares.
Para compreender melhor esse espírito solidário, devemos entender o conceito do que é marginal, e do que é estar à margem da sociedade. Zé Pilintra como um Malandro da Umbanda, é alguém que teve condições de vida sofrida e que foi negligenciado como ser humano – cenário do qual encontramos diversas pessoas em nosso país – mas que não guardou rancor em seu peito ao desencarnar. Ao contrário, mesmo após a morte ele ainda acreditava na salvação e a prova maior disso é o sorriso sempre presente em seu semblante, a qual devoção conferiu a ele uma maior elevação espiritual pela força do entendimento e confiança no Divino.
História de Zé Pilintra
A história mais aceita dessa entidade é que ele tenha nascido no povoado de Bodocó, sertão pernambucano. E sua família precisou mudar para Recife, devido a uma grande seca que devastou toda a região.
Infelizmente, quando menos esperava, o menino José dos Anjos perdeu toda sua família, vítima de uma doença desconhecida. Sem ter para onde ir, se criou no rua no meio do porto, se sustentando como podia.
Dormia em meio a malandragem e trabalhava como garoto de recados, cresceu tendo a noite em suas mãos: amava os jogos e as mulheres.
Zé possuía grande habilidade com facas, ninguém tinha coragem de enfrentá-lo, era temido até mesmo pela polícia. Na juventude, decidiu então mudar-se para o Rio de Janeiro, e logo passa a ser conhecido nas áreas boêmias da cidade. O caboclo de sangue quente encontra-se em um cenário de transformação, onde os mais pobres começam a povoar pedaços das cidades em desenvolvimento, surgindo assim as favelas.
Exímio conhecedor de tratamentos com ervas (adquirido entre o povo nordestino), temido nas mesas de jogos e apostas, e principalmente um grande galanteador, não se sabe ao certo como aconteceu o assassinato do Zé, mas pode-se afirmar que foi pelas costas. Pois não havia ninguém no litoral carioca capaz de enfrentar o Pilintra frente a frente.
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